Resumo PEREIRA, Lusia Ribeiro; VIEIRA, Martha Lourenço. Fazer pesquisa é um problema? Belo Horizonte, Editora, 1999.

PEREIRA, Lusia Ribeiro; VIEIRA, Martha Lourenço. Fazer pesquisa é um problema? Belo Horizonte, Editora, 1999.

Resumo

As práticas humanas, em suas mais diversificadas formas de interação com o mundo, sempre se deram a partir da necessidade de resolver algum problema ou desvendar algum enigma. Na busca de respostas para esse enigma, o homem buscou elaborar explicações míticas da realidade, procurando produzir conhecimentos ao longo da história.
Geralmente, quando se discute a forma como se constrói o conhecimento, muitas pessoas imaginam que ele está ancorado em algum lugar fora da relação entre o sujeito com seu mundo. Ou ainda, que o conhecimento se restringe ao acumulo de teorias previamente estabelecidas, tendo-as como verdades absolutas.
Essa forma de perceber o conhecimento gera um comportamento de dualidade nas pessoas, levando-as a explicar a realidade de um modo bastante simplista. Podemos perceber tal fato nas histórias “A prova” e “O grito”. No primeiro texto, observamos o professor como detentor único do conhecimento e, conseqüentemente, a relação de poder que ele exerce sobre aquele que “não conhece”. O mesmo acontece na segunda história, na qual o detentor do saber exibe as manifestações de produção de conhecimento fora dos ditames e dogmatizações que envolvem as situações de aprendizagem na escola. Por meio dessas duas histórias, podemos perceber que é preciso pensar que essas situações e concepções contadas através de ilustrações não se restringem aos muros da escola, mas ao contrário, ultrapassam o cotidiano ali vivenciado e se disseminam nas relações sociais mais amplas.
Sabemos, no entanto, que, para conhecer, é necessário que o sujeito se coloque frente à realidade pois, é ela o ponto focal do processo de construção do conhecimento. A realidade também pode ser vista como objeto de estudo porque, através das interações entre os sujeitos e suas dúvidas diante dos contextos históricos e sociais, que ela é compreendida. Nesse sentido,