Resumo navio negreiro
Neste poema, Castro Alves dialoga com a poesia lancando seu olhar para os atos malévolos e repulsivos da escravidão.
Era um sonho dantesco... Era uma confusão, um horror atrás do outro. O autor toma emprestado os olhos e as asas do albatroz, ave que voa alto e que pode percorrer grandes distâncias sem o menor esforço. Assim, o autor pôde visualizar desde antes da captura até a viagem dos escravos com destino à terra de seu cativeiro.
O autor mostra em sua observação que os escravos tinham uma vida anterior a escravidão. Uma vida cheia de sonhos, planos de um futuro feliz. Alguns eram reis, príncipes, princesas , pessoas da nobreza local arrancados de seu conforto e arrastados sem o menor pudor.
Ele compara a fila de escravos ligador um ao outro pelas cadeias colocadas em seus pescoços, como serpente. Uma serpente que não podia parar pois o estalar do açoite era ouvido a cada tentativa de descanso. Aqueles que não resistiam a caminhada eram largados ao léu, os que morriam no deserto ali ficavam, os que no navio, eram lançados ao mar. Sem velório, sem enterro, ninguém se importava...
O trabalho forçado começava antes mesmo de chegar ao país de destino, pois era a força de seus próprios braços que conduziam o navio ao seu destino.
Não havia misericórdia.
Com enorme poder de descrição, as aliterações, alusões e rimas bem colocadas dão ao poema uma musicalidade que no faz viajar com o albatroz e visualizar a alma dos infortúneos viajantes.
Ele nos faz seguir todo o trajeto e nos conduz a sentir nojo das atitudes de nossa pátria, atitudes estas que tiram a beleza e deixam rota sua bandeira.
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