Resumo Livro Rio Negro
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O CONTO BRASILEIRO DO SÉC. XXI
Rinaldo de Fernandes 1
NOTA:
Para compor o presente ensaio me vali da minha experiência de crítico (em minha coluna no jornal Rascunho, de Curitiba, tenho sempre tratado de contos contemporâneos), de professor de Literatura Brasileira e, sobretudo, de antologista.
Como alguns sabem, organizei, já nos anos 00, três antologias: Contos cruéis: as narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea (São Paulo: Geração
Editorial, 2006), Quartas histórias: contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa
(Rio de Janeiro: Garamond, 2006) e Capitu mandou flores: contos para Machado de
Assis nos cem anos de sua morte (São Paulo: Geração Editorial, 2008). Constam dessas antologias 118 contos, que li atentamente. Convivi meses com eles, comentei-os com muitos dos seus autores. Um corpus tão amplo, envolvendo escritores dos mais expressivos de nossa literatura atual, alguns já consagrados (a exemplo de Luiz Vilela,
Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles e Nélida
Piñon), a maioria emergentes, outros ainda jovens promessas, não poderia, pelo menos em parte, ficar de fora de uma pesquisa séria sobre o conto brasileiro do séc. XXI.
Procuro, assim, não exclusivamente, já que utilizo várias outras referências, dialogar com esse corpus, atento em especial à força dos emergentes. No ensaio, comento 28 contos, distribuindo-os em cinco vertentes, que, penso, podem ser úteis como primeira tentativa de classificação do conto brasileiro do séc. XXI. Se às vezes o ensaio beira o depoimento pessoal ou se faz em tom de quase conversa, afastando-se da dicção acadêmica, isto não impede que, no corpo-a-corpo com os contos, o comentário crítico seja criterioso, objetivo, esforçando-se o máximo para interpretar uma primeira e indispensável camada da narrativa, o que poderá auxiliar o leitor comum ou mesmo o pesquisador. E ainda o professor — devidamente