Resumo: Linguagens cruzadas em busca do “eu”: a construção biográfica no documentário brasileiro atual.
CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES
HISTÓRIA DO AUDIOVISUAL
Linguagens cruzadas em busca do “eu”: a construção biográfica no documentário brasileiro atual.
João Pessoa 14 de Novembro de 2014
Recuperando seu espaço, as biografias de forma contundente, adquiriram seu espaço, tanto na literatura até as mais variadas plataformas que recorrem as produções visuais em tempos de cultivo do indivíduo. Se na literatura e história o gênero biográfico segue costurado por polêmicas, no audiovisual o lugar que ocupa, além de significativo, ganha acréscimos em termos de espaço para questionamentos, se pensarmos na dificuldade de realização que a exigência óbvia. Questão que ganha contornos ainda mais complexos quando se trata de documentários biográficos. As estratégias, para tanto conformam uma produção que recorre aos testemunhos e, também, às ressignificações de material fílmico alheio, em procedimento de reapropriação de imagens. Outras soluções são as imersões performáticas em territórios percorridos pelos biografados ou, ainda, os diálogos profícuos com outras linguagens como a animação e as artes plásticas, em busca de construir, imagisticamente, metáforas que dêem conta da interpretação/relato de situações ou sentimentos da vida ou vidas focadas. Some-se a este dado, a imposição que o gênero biográfico, de caráter híbrido por condição – é, quase necessariamente, documental, interpretativo e ficcional – impõe ao documentário, em um momento que as discussões em torno das fronteiras que o separam da produção ficcional, estão sendo, continuamente, fraturadas. Se considerarmos 1995, ano em que foi produzido Carlota Joaquina, Princesa doBrazil, de Carla Camurati, como ponto de partida para o que chamamos de cinema brasileiro atual, dado o consenso em torno do período batizado de “Retomada”, veremos que na mesma lista em que está o filme de Camurati, que amealhou