Resumo Ler e Escrever: estratégias de produção textual
KOCH, I. Villaça; ELIAS, V. Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009, pg. 31 - 47
A escrita está presente de maneira concreta em nossas vidas, sendo utilizada para atividades as mais variadas. Ela envolve aspectos linguísticos, cognitivos, pragmáticos, sócio-históricos e culturais. Sua importância é inquestionável, mas, diante disso, surge uma pergunta: “O que é a escrita?”. Inúmeros estudos teóricos já foram empreendidos e vários conceitos foram cunhados, dentre eles o que considera a escrita uma “expressão do pensamento” ou o que a considera como o “domínio das regras da língua” ou como uma “atividade para poucos”. Mas esta diversidade de visões, na verdade, nos leva a crer que, para entendermos o que é escrita, é preciso adotar uma concepção específica de linguagem, assim como de texto e do sujeito que faz uso dela.
Há uma compreensão de escrita com foco na língua que tem no seu escopo a concepção da linguagem como um produto acabado, estático, devendo o usuário adaptar-se a ela para que seja considerado competente. O sujeito é pré-determinado pelo sistema e o texto é visto como um produto a ser apenas decodificado, não havendo espaço para implicitudes. A compreensão de escrita com foco no escritor é a que abarca a ideia de que, ao escrevermos, estamos apenas representando nossos pensamentos. O escritor controla suas ações e intenções, desconsiderando o conhecimento prévio e a necessidade de interação com o leitor.
A escrita com foco na interação considera as intenções do autor, levando em conta os conhecimentos do leitor, que também passa a ser parte do processo como sujeito ativo e construtor de sentido, encarado como um evento comunicativo que leva em conta aspectos linguísticos, cognitivos, sociais e interacionais. O escritor que considera esta perspectiva reflete sobre variáveis como o objetivo pretendido, o quadro espacio-temporal e o suporte de veiculação, questões que o ajudam, também, a constituir o