Resumo Labirintos
Capítulo II
A crise do Estado Desenvolvimentista, que se instaurou no Brasil a partir de 1983, foi essencial para a crise do regime militar. É esta crise que está na base da instabilidade econômica dos anos 80 e 90. Os representantes distanciam-se dos representados, que se dividem em torno de interesses diferentes.
O estrangulamento das fontes externas de financiamento foi o fator de aceleração da crise econômica brasileira. Esse estrangulamento se deve, em parte, à política de contenção monetária, desencadeada pelos Estados Unidos em 1979. Esta política elevou imensamente as taxas de juro e revalorizou o dólar, fazendo a dívida externa brasileira crescer muito mais do que as expectativas. Além disso, a elevação repentina do preço do petróleo, fruto da guerra Irã/Iraque, aumentou as dificuldades em conseguir equilíbrio na balança comercial. Assim, tornou-se cada vez mais necessário (e mais difícil) conseguir novos empréstimos para equilibrar o balanço de pagamentos, até que, com a moratório do México, houve a interrupção do fluxo voluntário de financiamentos ao Brasil.
Essa escassez de financiamentos externos só causaram tamanho impacto interno por causa das estratégias empregadas pelo governo brasileiro nos anos anteriores, tornando a política econômica brasileira muito dependente do mercado externo. A partir de 1980 o governo passou a enfrentar o desequilíbrio das contas externas por meio de duas vias: preservando as linhas de financiamento externo, apesar dos custos que cresciam e prazos que diminuíam; e induzindo uma recessão cada vez mais forte, com o intuito de ajustar a economia para a produção de saldos positivos e crescentes no comércio exterior, para fazer frente aos juros crescentes da dívida externa.
O tipo de “ajuste” escolhido, além de aumentar a exclusão socioeconômica dos assalariados, onerou de forma desigual os principais segmentos da aliança desenvolvimentista. Dentre todos os