Resumo grande sertão veredas
O fazendeiro Riobaldo esclarece a um forasteiro que os tiros que o homem ouvira não eram de nenhuma briga, mas ele que estava atirando numa árvore, abaixo do córrego, praticando, como fazia desde moço. Inicia uma narrativa longa sobre o tempo em que fora jagunço e pertencia a bandos, e percorria o sertão, pilhando cidades, lutando, matando, fugindo da polícia. Acreditava ter feito um pacto com o diabo e, um dia, deveria encontrá-lo para acertar as contas. Vivera inúmeras aventuras, mas nenhuma comparava-se ao que sucedeu depois que conheceu outro jagunço, Diadorim, cujos olhos verdes o queimavam. Diadorim perturbava-o, mas não sabia por quê.
Riobaldo era um homem corajoso, não fugia de brigas, não temia outros jagunços. A vida deixara-lhe bruto por fora, mas conservava uma sensibilidade que o levava a refletir sobre coisas. "(...) Mestre não é aquele que ensina, mas aquele que aprende. (...)" Era um filósofo sertanejo, que enxergava na amplidão do sertão, mais que podia ser visto pelos olhos. "(...) O sertão é o mundo (...)". E pela vastidão desse mundo, deixou de ser jagunço para ser líder. No entanto, temia o encontro fatal com o diabo.
Quando criança, Riobaldo salvou outro garoto de ser violentado por um homem, matando-o. Salvou Diadorim. Adultos, reencontraram-se, e Riobaldo viu-se enredado, sentiu-se frágil, atraído, queria cheirar o corpo de Diadorim, mas repelia essa vontade. Amaria Diadorim? Teve medo de si mesmo, ele que somente tinha medo do diabo. Pensava em Otacília, a mulher que o esperava, e fingia consolar-se.
A agonia de Riobaldo somente chegou ao fim, quando Diadorim foi baleado, morto. Ele chorou. Tirou o casaco de vaqueiro de Diadorim e teve o mistério revelado. Soube por que aquele homem perturbava-o: seu corpo era de mulher, Diadorim era mulher. Uma mulher que fingira ser homem para ser jagunço e vingar-se de outro jagunço. Vivera uma farsa que impediu que Riobaldo