Resumo poema Grande Sertão Veredas
(de Guimarães Rosa)
INTRODUÇÃO
Grande sertão: veredas é uma obra deveras complexa em vários sentidos. Essa complexidade presente na obra é observada não só em termos de estrutura narrativa, mas principalmente em termos de conteúdo, ou seja, nas múltiplas leituras a que a obra dá margem. Sua estrutura narrativa comporta diálogos, citações e até pequenos relatos ou casos contados por outras personagens (as quais passaram pela vida de jagunço de Riobaldo). Os eventos narrados reconstituem o passado de Riobaldo e são relatados por ele mesmo (numa espécie de diálogo/monólogo) a um suposto interlocutor, obedecendo a uma técnica que poderia ser chamada de flashback invertido ou antecipação, uma vez que não possui uma linearidade cronológica.
Desse modo, o que inicialmente parece uma narrativa caótica, já que os fragmentos de lembranças narrados por Riobaldo se apresentam de uma forma desorganizada, dificultando ao leitor fazer uma conexão exata entre eles, com o decorrer da leitura, as coisas aos poucos e vagarosamente começam a formar um sentido que só se revela inteiramente ao leitor no final da obra. E, assim é possível perceber que na verdade o desfecho da narrativa se encontra no início e não no final, sendo por isso chamado de flashback invertido ou antecipação.
Uma vez que Riobaldo está relatando ao suposto interlocutor o seu passado de jagunço, pois no momento presente da narrativa ele já se encontra velho e recolhido numa de suas fazendas, já que segundo ele (...) “feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular idéia” (p.9), esse relato serve não só para contar a história de sua vida para alguém disposto a ouvi-lo, mas acima de tudo para ele próprio examinar a sua trajetória existencial como homem, como elemento