resumo Estrutura de Classes e Estratificação Social
Em seu texto “Estrutura de Classes e Estratificação Social’’, Stavenhagen mostra que as classes sociais não existem de forma isolada, são parte de um sistema e só subsistem quando estão justapostas. O que as definem são as relações específicas entre elas, que podem ser de vários tipos, nas quais podemos destacar as fundamentais ou estruturais. Estas relações estão ligadas à posição que cada classe ocupa no processo produtivo, onde uma detem os meios de produção e a outra apenas a força de trabalho, assim notamos que os objetivos de cada uma são distintos e opostos, tendo, então, um conflito de interesses. Isto é típico do sistema capitalista, onde o patrão quer produzir uma mercadoria obtendo o máximo de lucro (a mais-valia) após ter pago os custos de produção, como: mão-de-obra, impostos, matéria-prima e energia, e tem para isto as instalações, as máquinas e o capital. O papel do operário é de vender sua força de trabalho, para depois de um certo período, receber seu salário. Temos, conseqüentemente, um conflito de interesse, pois o trabalhador aceita esta condição por não ser proprietário dos meios de produção; o que é vantajoso para o seu patrão, porque, como conseqüência, ele se apropria do excedente da produção gerado por vários de seus empregados já que ele não conseguiria produzir tudo sozinho. A diferença notável neste problema é que tanto patrão quanto operários desejam produzir uma mercadoria, porém com expectativas distintas, assim, tornam-se contraditórios, e ao mesmo tempo são complementares. As relações fundamentais entre as classes são naturalmente de oposição, e também, desarmônicas, pois a situação socio-econômica privilegiada de uma classe permite que ela tenha mais riqueza e poder (econômico e político) que a outra, estabelecendo aí a possibilidade de dominação-subordinação. Apesar de contraditórias, são elementos de um mesmo fenômeno social e