RESUMO EPILEPSIA
Revista Mente e Cerebro – Ed. Especial Doenças do Cerebro, vol. 3, 2010.
A epilepsia foi inicialmente tratada pelos gregos como um acometimento sagrado, uma possessão dos deuses e posteriormente, na Roma antiga - que herdou a medicina da Grega- foi tida ainda como um acontecimento temido que, por ocorrer em políticos ou membros da magistratura, punha assuntos políticos em risco.
Hipócrates ( 460-377 a.c.) escreveu que aquilo ( ataque epiléptico) era como outras doenças tanto em sua natureza, quanto em sua origem, mas apesar disso durante toda a Idade média a doença foi tratada com demoníaca, e gerava extrema repulsa.
No âmbito científico a cronologia das descobertas sobre a doença se deu da seguinte forma: Percurssor, Samuel Auguste Tissot escreveu um tratado sobre a doença em 1770. No sec XIX terminologia, neuropatologia e tratamento tomaram forma com a contribuição de diferentes pesquisadores.
Esquirol ( inicio sec XIX) era psiquiatra e diferenciou ataques leves e severos, John Hughlings Jackson (1825-1911) dominou a literatura na época contribuindo para que a epilepsia passasse do ramo da psiquiatria para a neurologia.
No sec 20 houve avanços no âmbito terapêutico com a descoberta de duas substâncias anticonvulsivantes FENOBARBITAL e DIFENILIDANTOÍNA e no âmbito diagnóstico com a introdução do Eletroencefalograma, técnica que permitiu nova abordagem por tornar possível a distinção das crises epiléticas conforme suas características clínicas e neurofisiológicas.
A base para tratamento cirurgico surge em 1938, representado em Montreal por Penfield e Jasper, em busca de identificar a zona epileptogênica eles fizeram o primeiro mapeamento anatomofuncional do cerebro humano mediante o uso da eletrocorticografia perioperatoria. Em Paris, um feito semelhante, Jean Talairac usou coordenadas cartesianas na técnica estereotáxica desenvolvendo o mapa das áreas cerebrais. Ainda na França, mas agora na cidade de Marselha,