Casa árvore pessoa
Avaliação neuropsicológica nas epilepsias: importância para o conhecimento do cérebro.
Autor: Maria Joana Mäder
Resumo:
Os profissionais que atuam com pacientes portadores de epilepsias ouvem com freqüências queixas de dificuldades de memória, lentificação do raciocínio e falta de atenção, e são os próprios relatos que ensinaram de forma significativa sobre as epilepsias, o funcionamento do cérebro e sobre as funções cognitivas, assim contribuindo muito com ciência neuropsicológica.
As epilepsias manifestam-se através de ampla variação de tipos de crises, desde crises generalizadas tônico-clônicas até ausências simples, passando por diferentes manifestações de parciais simples e complexas. As principais contribuições das epilepsias para a Neuropsicologia estão relacionadas ao tratamento cirúrgico e medicamentoso, revelando assim, aos pesquisadores que as funções cognitivas, principalmente memória e atenção, sofrem com as drogas antiepilépticas e com a alta freqüência de crises Embora já houvesse relatos sobre as disfunções cognitivas relacionadas às epilepsias a mais de um século, somente na década de 40 que os testes psicométricos e neuropsicológicos forneceram dados mais objetivos e trouxeram significativo impulso neste campo.
A padronização mais ampla dos testes neuro-psicológicos e a sua confiabilidade para detectar alterações é o grande desafio da neuro-psicologia no Brasil. Os psicólogos clínicos que trabalham hoje com neuropsicologia utilizam testes oriundos da psicometria e de laboratórios de Neurologia e baseiam-se em pesquisas com grandes populações ou grupos experimentais. Protocolos unificados entre os centros poderiam gerar informações mais amplas e fidedignas sobre os testes.
Vale ressaltar que o psicólogo envolvido na tarefa de avaliação neuropsicológica necessita de treinamento específico com esta metodologia. Sua função não consiste apenas em aplicar testes neuropsicológicos durante horas, calcular estes resultados e arquivar os