Resumo dos capítulos I e IV do livro O PODER SIMBÓLICO de Pierre Bourdieu
Segundo bourdieu o poder simbólico ocorre de uma forma implícita e por ser ignorado é reconhecido, assim afirma o autor “o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhes estão sujeitos ou mesmo que o exercem”. O poder simbólico é caracterizado a partir de sistemas simbólicos (arte, língua, religião, etc.) que são estruturas estruturantes as quais são reconhecidas como universos simbólicos segundo a tradição neokantiana. Os sistemas simbólicos, como instrumentos de conhecimento e de comunicação, só podem exercer um poder estruturante porque são estruturados. O poder simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, conhecer, compreender e entender o sentido imediato do mundo.
É como instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de conhecimento que os sistemas simbólicos cumprem a sua função política de instrumento de imposição ou de legitimação da dominação que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre a outra (violência simbólica) contribuindo assim, segundo a expressão de Weber, para a domesticação dos dominados. As diferentes classes e frações de classes estão envolvidas em uma luta propriamente simbólica para imporem à definição do mundo social conforme os seus interesses, impondo suas decisões ideológicas reproduzindo de forma transfigurada o campo das posições sociais. O poder simbólico, poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força (física ou econômica) só se exerce se for reconhecido, ou seja, ignorado como arbitrário.
Para bourdieu, podemos representar o mundo social em forma de um espaço construído na base de princípios de diferenciação ou de distribuição constituídos pelo conjunto das propriedades que atuam no universo social, que confere ao detentor delas força ou