Resumo do Texto "O Sonho de Descartes: Uma Visão Junguiana"
O texto em questão apresenta uma análise dos três sonhos tidos por Descartes na noite de 10 de novembro de 1619 segundo a psicologia junguiana, que aceita a visão de Freud de que os sonhos seriam a forma encontrada pela mente para realizar desejos ocultos, que não são aceitáveis pela mente consciente, ou seja, eles se relacionam com emoções e motivações inaceitáveis. Em sua biografia sobre Descartes, Adrien Baillet deixa claro que naquela noite aquele adormeceu entusiasmado com uma possível descoberta de fundamentos de “uma ciência maravilhosa”. Segundo Marie Louise von Franz, autora de orientação junguiana de um ensaio de interpretação dos sonhos de Descartes, é incerto o verdadeiro significado desta tal ciência, mas que poderia ser a descoberta do que se chamou “mathématique universelle”, que une princípios das ciências matemática, geometria, aritmética e astronomia; também a descoberta da álgebra, que usufrui das letras do alfabeto para representar conceitos matemáticos, a representação dos números quadrados e cúbicos como números sobrescritos, quantidades expressas por linhas, vice-versa. Aczel já defende que essa ciência seria a descoberta da hoje chamada fórmula de Euler, uma fórmula usada em cálculos envolvendo poliedros convexos.
Descartes, portanto, entrou em um estado de sonho com a mente trabalhando em cima de um assunto complexo, que talvez vinha ocupando sua consciência a meses. Claramente, seu terceiro sonho da noite de novembro foi uma resposta do seu inconsciente para questões que muito foram trabalhadas previamente por sua mente consciente. O dicionário que para ele representou a conexão entre as ciências, a coleção e o poema que representou a união entre filosofia e sabedoria, são claras respostas do subconsciente do personagem sobre questões científicas que Descartes se deixava devanear com frequência.
O primeiro sonho, onde a projeção do personagem tinha grandes