Resumo do texto a escalada tributária
1303 palavras
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São Paulo, Divisão de Publicações da Folha de São Paulo, 2008. O livro em apreço consiste num trabalho jornalístico de muita qualidade informativa. Faculta perceber o quanto se fala e o quanto não se faz no tocante ao sistema tributário. O autor desenvolve o tema com grande habilidade. Transforma um assunto árido em algo fácil e agradável de ser lido. Inicia a abordagem do tema com lembranças relacionadas aos anos sessenta, a exemplo do aparecimento dos hippies, em São Francisco. Recorda que os Beatles se julgavam mais populares que Jesus Cristo. Entretanto, logo se aperceberam que pagavam muito imposto, tendo um de seus integrantes, George Harrison, que estudara filosofia e cítara na Índia, composto “Taxman”, na qual a primeira estrofe diz: “Deixe-me dizer como vai ser: são 19 para mim e um para você”. Portanto estava falando de uma tributação de 95%. A canção continua, desta vez com a réplica do “coletor”: “Se 5% parecem pouco demais, fique grato por eu não levar tudo”. A letra reproduzia o que estava acontecendo no Reino Unido, que, na época, taxava fortemente os grandes ganhos. Ao término da Segunda Grande Guerra, no Reino Unido o Estado se apropriava perto de um terço da renda de seus cidadãos. A tributação nacional, registra Gustavo Patu, andava à volta dos 30%. Esse era também o padrão de outros países europeus. Na Suécia era de quase 36%. Todos os países citados hoje pertencem ao denominado mundo rico. Nos demais, “os governos custavam menos”, com a devida exclusão dos países comunistas. Dentre as menções constantes do livro a mais relevante é a do Japão onde o Estado custava 18% do PIB. Os Estados Unidos da América, em plena Guerra do Vietnam, não se apropriava de mais de um quarto do PIB. Na Europa dos anos 80 do século passado, Margareth Thatcher examinava, com um discurso liberal, a perda do segundo lugar para Alemanha, entre os países europeus.