Resumo do texto: Educação popular nos serviços de saúde

Até o início da década de 1970 a assistência à saúde existente no Brasil praticamente era resumida à medicina curativa. A medicina preventiva e a educação em saúde eram atividades realizadas por órgãos ou por pessoas isoladas sem maiores recursos. Diante da ameaça de quebra da estabilidade social, o estado brasileiro é obrigado a preocupar-se mais com os problemas de saúde, educação, habitação e saneamento, mas como levar a assistência médica a parcelas crescentes da população cada vez mais exigentes de seus direitos à saúde sem aumentar muito as despesas financeiras, Visto que havia uma crise econômica que já se iniciava no país? A medicina curativa praticada nos hospitais, ambulatórios e consultórios possuía um custo muito alto, sendo então necessário um modelo alternativo de assistência medica. O modelo de medicina comunitária, na medida em que pregava a utilização de técnicas simplificadas, de baixo custo e com a participação da população, era bem mais barata. Além disso, a valorização de ações preventivas e de alcance coletivo, ao invés das ações unicamente individuais da medicina curativa, aumentava a sua eficiência. Descontes com as práticas médicas especializadas, tecnificada e comercializada exercida nos hospitais e clínicas privadas médicos, enfermeiros entre outros profissionais da área da saúde passaram a buscar na medicina comunitária um espaço para a construção de uma medicina mais adequada às classes populares. Nas várias experiências de medicina comunitária em andamento existem ao mesmo tempo elementos de conscientização e alienação, de libertação e criação de dependência, de tapeação e esclarecimento, as experiências alternativas de medicina comunitária são importantes na medida em que servem de referência para quem busca caminhar no mesmo sentido. Acredita ser a classe trabalhadora organizada a grande agente de melhoria nas condições de saúde. O modelo de medicina comunitária