Resumo do livro o medo à liberdade
Autor: Erich Fromm
Edição: 14ª
Capítulo I – Liberdade – Um Problema Psicológico
Na História moderna da Europa e da América, as batalhas pela liberdade foram sustentadas pelos oprimidos, pelos que queriam novas liberdades, contra os que tinham privilégios a defender. Enquanto uma classe lutava por se libertar da dominação, ela própria acreditava estar lutando pela liberdade humana e, assim, era capaz de apelar para um ideal – o anseio de liberdade que existe arraigado em todos os oprimidos. Contudo, as classes llutavam contra a opresssão em determinada fase, um vez obtida a vitória, enfileiravam-se ao lado dos inimigos da liberdade para defender novos privilégios.
Muitos morreram nos combates, convictos de que morrer na peleja contra a opressão era melhor do que viver sem liberdade. Os princípios do liberalismo econômico, a democracia política, autonomia religiosa e individualismo na vida privada deram vazão aos anseios de liberdade e, ao mesmo tempo, a impressão de levar a humanidade para mais perto de sua realização.
Fomos compelidos a reconhecer que milhões de alemães estavam ansiosos por abrir mão de sua liberdade ao mesmo modo que seus pais o haviam estado por lutar por ela; que, em vez de desejarem a liberdade, eles buscavam meios de fugir dela. Outrossim, reconhecemos que a crise da democracia não é um problema peculiar à Itália e à Alemanha, mas algo com que defronta todo o Estado moderno.
Além do problema das condições econômicas e sociais que deram origem ao fascismo há um problema humano que dever ser entendido: a estrutura do caráter humano do homem moderno que o levaram a querer desistir da liberdade nos países fascistas e que predominam de forma generalizada entre milhões de nossa própria gente.
Quando o fascismo subiu ao poder, a maioria das pessoas estavam despreparadas, tanto teórica quanto praticamente, pois elas não foram capazes de crer que o homem pudesse exibir aquelas propensões para o mal,