Naturalismo renascentista
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A retomada dos clássicos fez surgir não só o humanismo, mas também o naturalismo renascentista. Por “naturalismo” (seção XI.3) entende-se uma visão de mundo que valoriza a natureza, e que busca explicar o mundo a partir da natureza, vista como tendo uma certa unidade e leis próprias. Ele se opõe a uma visão de mundo “teológica”, que explica o mundo a partir de Deus ou da religião revelada, e de uma visão de mundo que parte do homem ou do sujeito, como no humanismo ou em filosofias contemporâneas (como o idealismo, a fenomenologia, o existencialismo e o pós-modernismo). O naturalismo engloba a maioria das posições simpáticas à ciência, e se divide em diferentes correntes, como o materialismo e o positivismo da ciência ortodoxa atual, que examinaremos mais à frente. Uma terceira corrente é o naturalismo “animista” (na falta de um nome melhor), da qual o renascentista faz parte, e para o qual a natureza é imbuída de uma espécie de alma, à semelhança do homem. Dentro dessa tradição pode-se incluir o pitagorismo e o estoicismo (seção VI.4), e mesmo o taoísmo
(seção XII.2), e nos séculos seguintes o romantismo alemão e, mais recentemente, as visões
“nova era”, a parapsicologia e o misticismo quântico.
Para a escolástica aristotélica, assim como para o atomismo greco-romano, havia uma ordem racional da natureza que o intelecto poderia penetrar. Por contraste, o naturalismo renascentista salientava o mistério de uma natureza opaca à razão, só cognoscível através da experiência e da intuição.
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Representantes típicos desta corrente eram os alquimistas, como o suíço Paracelso (1493-1541) e o alemão Andreas Libavius (1560-1616). A finalidade da alquimia era conseguir a transmutação dos metais em ouro e descobrir um elixir da vida eterna e cura de todas as doenças. Introduziram a idéia de utilizar agentes químicos na medicina, além das ervas medicinais.
O naturalismo renascentista era influenciado pelo hermetismo, uma