Resumo do livro - o feitiço das organizações
A pessoa, quando na empresa não tem apenas profissional, mas também emocional e afetiva, já que a fidelidade lhe faz com que não tenha outras perspectivas fora de lá. Seu lazer, cultura, devoção e sua agenda pessoal passam a pertencer à empresa com disponibilidade total e sua maior expectativa está em acreditar-se insubstituível para a corporação, preferindo a escravidão ao risco da independência.
A organização vive do que quer ser e o trabalhador pretende buscar o mesmo, vivendo ambos à imagem do modelo ideal. Assim, enquanto a organização busca sagrar o seu poder num mundo de tantas ameaças, o trabalhador busca status, reconhecimento social e afetivo de sua conquista profissional.
O sistema capitalista aumenta essa sensação ao nos mergulhar nessas contradições e nos alimentar ainda mais desse imaginário original, pois apenas o “pai-patrão” generoso ou a mãe (figura da empresa) pode nos proporcionar essa segurança e proteção.
A empresa é abstrata, construída por pessoas, e a eles traz inúmeras intenções e promessas que os alimenta, por isso, compreendemos que apesar de tantas decepções e frustrações, essa relação homem-instituição permanece viva. É o que a autora chama de “feitiço”, causado pelos sistemas imaginários e que causa uma dor quase tão intensa ao trabalhador no momento de seu desligamento quanto a fusão que havia entre ambos. Ou seja, se não houvesse esse feitiço, nem a empresa seria tão protetora e nem o desemprego seria tão ameaçador e sem o referencial imaginário talvez fosse difícil demais de suportar.
Para contra-agir ao feitiço é preciso utilizar o racional