Resumo do livro “Os novos princípios do urbanismo” de François Ascher
Ascher condensa sua pesquisa e seu discurso normativo em dez princípios para o urbanismo da cidade atual e futura. A partir deles procura dar conta das novas características e fenômenos que afetam a metápole e que colocam à mesa novos e complexos desafios de desenho, controle, planejamento e gestão urbanos. Na verdade, são mais que princípios, são teses refundadoras do pensar e fazer urbanístico sobre novas bases, sob influência dos paradigmas filosóficos e científicos surgidos na segunda metade do século XX. São atitudes de reflexão, crítica, revisão e superação tanto dos modelos racionalistas, funcionalistas, universais e rígidos quanto dos irracionalistas, aleatórios e permissivos.
1. Elaborar e manejar projetos urbanos em um contexto incerto
Do planejamento urbano à gestão urbana estratégica
Gestão mais reflexiva e projetos de natureza variada, que integram a crescente dificuldade de reduzir a incerteza e o azar. O projeto, sendo parte do núcleo desse urbanismo, mostra as possibilidades e limitações de ação, é ao mesmo tempo analisador e ferramenta de negociação. A gestão atua não linearmente, de modo heurístico, interativo, incremental e recorrente.
2. Priorizar os objetivos em relação aos meios
Das regras de exigências às regras de resultado
Estabelecimento de normas qualitativas que facilitem e limitem ao mesmo tempo, que estimulem os atores públicos e privados a encontrar as melhores formas de cumprir os objetivos definidos a priori, daí a necessidade de aproveitar a criatividade e talentos diferentes existentes entre os atores participantes.
3. Integrar os novos modelos de resultado
Da especialização espacial à complexidade da cidade de redes
Não busca simplificar realidades complexas, mas as integrar pela variedade, flexibilidade e capacidade de reação. Urbanisticamente, isso resume-se na diversidade funcional, multicentralidade, polivalência dos sistemas urbanos até para