Resumo do livro Cultura: Um Conceito Antropológico

O livro Cultura: Um Conceito Antropológico de Roque de Barros Laraia, publicado pela editora Zahar em sua 25ª reimpressão, discute o grande dilema da antropologia: a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana. Para isso, o livro foi dividido em duas partes, na primeira parte, em suas seis subdivisões, se discute o desenvolvimento, na antropologia, do conceito de cultura, a partir das manifestações iluministas até os autores modernos, e na segunda parte, em suas cinco subdivisões, é mostrada a atuação da cultura sobre as vidas, a influência que resulta em tanta diversidade.
O autor começa rechaçando a ideia das antigas teorias que dizem que as diferenças genéticas determinam as diferenças culturais. Utilizando-se de um trecho de uma declaração feita pelos mais diversos especialistas após a II Guerra Mundial, ele afirma que a manifestação cultural não depende de uma herança genética, mas de um processo de aprendizagem denominado de endoculturação. Esse processo seria o responsável, por exemplo, pela introdução de uma criança em certa cultura e pelo comportamento dos indivíduos. Laraia então apresenta o determinismo geográfico, que considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. Teoria essa já refutada por outros antropólogos, que demonstraram a limitação que a influência geográfica tem sobre a cultura, percebida através da existência de diversas culturas em um mesmo tipo de ambiente físico. Para reforçar esse argumento, ele dá exemplos como o dos lapões e esquimós, os índios Pueblo e Navajo e os xinguanos e os Kayabi, que habitam num ambiente geográfico muito semelhante, mas que encontraram soluções diferentes para as mesmas necessidades, resultando em culturas diferenciadas. Assim, mostra que a diversidade cultural não pode ser explicada pela carga genética ou pelo meio ambiente. Na verdade, foi justamente pela superação de suas limitações que se tornou diferente. Somos seres que possuem