Resumo do filme Cabra Marcado Pra Morrer
O documentário de Eduardo Coutinho, “Cabra Marcado para Morrer” de 1984, narra a vida do líder camponês João Pedro Teixeira, que foi assassinado. As gravações começaram dois anos após a morte de João em 1962, mas o documentário teve sua produção suspensa devido ao golpe militar de 1964 quando parte dos participantes foram presos pelo regime.
Em 1981 a produção recomeçou, agora com um viés muito menos narrativo e muito mais documental, gravando conversas e depoimentos com os moradores do engenho da Galileia – localizado no estado da Paraíba –, sendo que grande parte dos depoimentos foi dado pela viúva de João, Elisabeth Teixeira que vivia se escondendo desde o golpe. Trata-se de um filme semi-documentacional devido a esse início com as gravações de 1964.
O foco principal porém, é contar a história das ligas camponesas daquela região, desde a formação da Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco em 1955, passando pela formação da Liga Camponesa de Sapé e de Galileia, até os dias em que as últimas gravações foram feitas, mostrando que Elisabeth e sua família tiveram que se mudar por medo do que o que ela chama de “Latifúndio” poderia fazer. É interessante também ressaltar o grande número de depoimentos emocionados por parte da viúva, principalmente quando não era influenciada pelo discurso de seu filho que era essencialmente político, o que foi claramente percebido pelo diretor do documentário, que chegou a colocar na narração que esperou a ausência do filho para conversar com Elisabeth.
Também é interessante perceber o sentimento até de nostalgia dos moradores ao se lembrarem do início das gravações, e de como alguns eram mais jovens e vigorosos, o que dá ao filme um senso de humanidade e até mesmo sentimental muito notável e significativo.
O filme foi produzido pelo Centro Popular de Cultura do Rio de Janeiro, órgão ligado a União Nacional dos Estudantes (UNE) e que foi criado em 1961 mas depois