Resumo do documentário “O Saber que a Gente Sabe – Diálogos entre conhecimentos tradicionais e científicos na Amazônia”
O curta questiona traz para o debate diferenciados temas, tais como a automedicação, a biopirataria, a patente, o monopólio da indústria farmacêutica sobre as pesquisas dos remédios naturais e em consequência as doenças relacionadas a tais, o direito coletivo das populações tradicionais sobre o conhecimento da medicina natural, bem como a autonomia destas, no caso, dos indígenas, sobre a divulgação ou não dos saberes.
É interessante observar no discurso dos indígenas, que o conhecimento que eles buscam fora da comunidade, seja no âmbito da saúde, do jurídico, tem como produto final o retorno para o grupo.
Sobre a patente de remédios, o Professor Carlos Marés traz a seguinte ponderação: a tão defendida proteção do produto pela qual foi concedida a exclusividade de exploração e criação, nada mais é que uma restrição à ciência. Dessa forma, transforma-se o conhecimento científico ou tradicional, impondo a estes, valor comercial. É um meio de obstáculo às trocas científicas e acesso à saúde.
Esta valoração monetária ao estudo químico de plantas e remédio restringe também o conjunto de doença, normalmente as degenerativas – câncer, Alzheimer -, que se é interessante estudar e aprofundar, priorizando uma parcela da sociedade. Este grupo beneficiado tem forte relação com a classe social dos indivíduos. É sabido que doenças do tipo degenerativas são mais comuns em pessoas idosas. Além disso, a taxa de mortalidade da população de baixa renda é maior na juventude, diferentemente do que ocorre na população de alto poder aquisitivo, que apresentam maior expectativa de vida. Pela síntese dessas afirmativas podemos pensar que é