Resumo do capítulo sobre jequitibás e eucaliptos(conversas com quem gosta de ensinar)
ALVES, Rubens. ”Sobre Jequitibás e Eucaliptos”. In: ”Conversas com quem gosta de ensinar”. 14 ed. São Paulo: Papirus, 2014.
Ao investigar o passado do meu avô, meu pai descobriu que sua profissão era de tropeiro. Tropeiro? Isso mesmo.
Que aconteceu aos tropeiros? Meu pai se consolou dizendo que, naquele tempo, tropeiro era dono de empresa de transportes. O fato, entretanto, é que o tropeiro desapareceu ou se meteu para além da correria do mundo civilizado.
E aí comecei a pensar sobre o destino de outras profissões que foram sumindo devagarinho. Nada parecido com aqueles que morrem de enfarte, assustando todo mundo. Aconteceu com elas o que aconteceu com aqueles velhinhos de quem a morte se esqueceu, e que vão aparecendo cada vez menos na rua, e vão encolhendo, mirrando, sumindo, lembrados de quando em vez pelos poucos amigos que lhe restam, até que todos morrem e o velhinho fica esquecido de todos.
Por isso, quando me deram o tema “a formação do educador”, pensei nos tropeiros e todas as profissões extintas ou em extinção.
Educadores, onde estão? Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão, é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir.
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptos. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode