Resumo de O Estado, suporte do poder político de George Burdeau
Georges Burdeau
O nascimento do Estado se justifica pela necessidade de transmissão do Poder político de uma sociedade para uma instituição soberana e independente, sem qualquer tipo de individualismo e pessoalidade. Essa gênese estatal busca garantir aos cidadãos vontades e direitos generalizados e únicos, desprezando as particularidades de cada um. Para reunir a idéia central de uma sociedade, nasce o Poder político, fenômeno representativo de unidade que encerra nas necessidades sociais sua razão de ser. A existência dessa relação é vital no norteamento das políticas públicas e da formação fundamental de um Estado. O Poder político, portanto, busca reproduzir as características e anseios comuns a todos os indivíduos da sociedade, estando acima de interesses particulares e de grupos secundários. Para que esse Poder possa ser exercido e legitimado, cabe aos entes sociais aceitá-lo e ter a consciência de sua representatividade, sabendo que tal força é apenas instrumento na garantia dos desejos gerais. Dizia Rousseau em seu livro Do Contrato Social: “como é impossível aos homens engendrar novas forças, mas apenas unir e dirigir as existentes, não lhes resta outro meio, para se conservarem, senão formando, por agregação, uma soma de forças que possa arrastá-los sobre a resistência, pô-los em movimento por um único móbil e fazê-los agir de comum acordo”; a essa reunião de forças corresponde o Poder político, futuramente encarnado pelo Estado. Porém, é comum confundir esse fenômeno político com a força mandatária ou com os instrumentos políticos de ação (como a legislação, o poderio militar ou a ação jurídica), esses são apenas meios de que se utiliza o Poder político e, futuramente, o Estado para lograr êxito na execução das idéias socializadas. Primordialmente, a posse do Poder político residia nas mãos dos grandes soberanos, chefes, senhores feudais, etc., entretanto, essa personificação criava para a população a