Resumo de a interpretação dos sonhos caps 1-6
A interpretação dos Sonhos
Freud, em sua correspondência a Fliess, indaga a seu interlocutor se poderia dar “a minha psicologia que vai além do consciente o nome de metapsicologia”(10.03.1898). Para Paul-Laurent Assoun, a psicanálise se legitima nas fontes do saber enquanto metapsicologia, ao mesmo tempo em que estabelece uma ruptura com a ‘opinião’. Para este autor, não se pode esquecer que “a metapsicologia escapa á ‘monotonia’ da teoria (ao engessamento ), alimentando-se do verdor da experiência clínica, sempre nova, mas trazendo a esta uma pontuação necessária.”(p.14). Neste sentido, deve-se compreender a construção da metapsicologia psicanalítica ( e aqui estamos apenas considerando Freud) e as mudanças pelas quais passou ao longo dessa construção, porém, sem perder de vista aquilo que está além de, para além de : o inconsciente. Não é sem razão que Freud escolhe as palavras Flectere si nequeo superos, Acheronta movebo. (se não puder mover os céus, moverei Acheronta – o mundo dos mortos – Hades, dos gregos)
Como introdução ao conceito de metapsicologia, deve-se compreendê-la, como num quadro, em suas três dimensões: tópica, econômica e dinâmica. Esta ‘arte metapsicológica’ a cada pincelada evolui sem cessar, buscando incansavelmente demarcar seu objeto, o inconsciente ( Assoun, p. 14).
Em seu Estudo Autobiográfico (1925), Freud apresenta a metapsicologia como um “ensaio que permaneceu um torso”, esse fragmento de uma obra-prima inacabada (Assoun, p. 17) que até seu último alento, o esboço de psicanálise (1938) permanece como um traçado que busca reescrever a ‘coisa’ clínica.
O texto inconsciente (Unbewusstsein) é Fremdsprache, língua do Estranho, linguagem do Outro (Assoun, p. 144), pois trás em sua concepção a divisão do sujeito. Em carta de 22 de dezembro de 1897, Freud escreve a respeito dos sonhos : “É como se estivéssemos na presença de um capítulo de um autor de língua estrangeira”.
Deve-se