Resumo de dor em neonatal
No ser humano a dor é uma sensação expressa e lembrada através de palavras. O adulto imediatamente associa à palavra dor outras palavras ou expressões verbais, tais como: AI!, UI!, LATEJA!, ARDE! etc. Mesmo as crianças verbalizam a dor associando-a em geral ao objeto agressor. A própria definição de dor, dada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor, evidencia o caráter verbal do fenômeno: "a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real, potencial ou descrita nos termos dessa lesão. A dor é sempre subjetiva." Nesse contexto, a dor dos indivíduos que não podem exprimi-la através de palavras torna-se um fenômeno a parte. Os lactentes pré-verbais em especial os recém-nascidos, não verbalizam a dor que sentem. Será que isso significa que, de fato, não sentem dor ou que a exprimem através de um modo próprio, "uma linguagem peculiar"? Há um substancial corpo de evidências científicas demonstrando que o neonato não só sente dor, mas que a dor pode ter repercussões orgânicas e emocionais que comprometem o seu bem-estar. Assim, parece haver um modo "próprio" de expressão da dor pelo lactente pré-verbal, ou seja, uma "linguagem" alternativa de dor. Isso significa que os profissionais envolvidos com o recém-nascido devem estar aptos a decodificar a linguagem de dor, a fim de que possam exercer a sua função e obrigação máximas: diminuir o sofrimento do paciente.
Com base em tudo o que foi descrito, é possível depreender que o recém-nascido, através de "pequenos" sinais como a expressão facial, a movimentação corporal, o choro e o estado de consciência, entre outros, exprime e tenta "comunicar" a dor que ele sente. Dessa forma, os sinais emitidos pelo neonato diante do estímulo doloroso seriam, na verdade, um código de dor, ou seja, uma linguagem. Surge, então, um novo problema: o adulto precisa "reconhecer" ou "decodificar" os sinais de dor emitidos pelo paciente pré-verbal. O