Resumo da obra "Gente feliz com lagrimas"
O livro está dividido em cinco partes. Na primeira parte Maria Amélia, Luís e Nuno contam-nos a infância dura que tiveram, numa família que gravitava em torno dos humores da figura paterna, um homem violentíssimo e duro, que espancava os filhos e os considerava apenas como braços para trabalhar que cedo tinham de começar a merecer o pão que comiam. A mãe era uma mulher que, ao contrário do que seria de esperar, não era submissa, mas sim desligada dos inúmeros filhos que lhe iam crescendo no ventre, era mesquinha e a versão feminina do marido para as filhas que com ela ficavam a gerir a casa. Este casal era, de certa forma, perfeito um para o outro, todo o amor que sentiam era direccionado para eles próprios, os filhos eram uma consequência da paixão animalesca que viviam.
Desta forma, Maria Amélia, a primogénita, tornou-se a única figura maternal que muitos dos irmãos conheceram. Com 4 ou 5 anos já tomava conta dos irmãos que iam nascendo a um ritmo alucinante, cozinhava e geria a casa. Nos intervalos dessas tarefas levava porrada da mãe se se distraia nalgum devaneio de criança ou se a sua tenra idade lhe dificultava a execução de algumas tarefas. Tornou-se uma menina triste e uma adulta amargurada e de olhos cansados.
Luís, o segundo filho, era um miúdo de bom coração que tentava proteger os irmãos travando a violência do pai. Começou, como todos os irmãos, a ajudar o pai nas tarefas diárias que a quinta exigia. E tal como todos os irmãos sentiu desde cedo a mão pesada do pai.
Nuno nasceu pequenino, o gémeo que sobreviveu, e cresceu frágil, magro, de pele clara e com os olhos azuis da mãe. Tão