Resumo crítico
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) afirma que a filosofia do Hegel é aquela que mais realizou na modernidade a ambição de totalidade, a ambição do sistema absoluto. Hegel afirmava que tudo que é real é racional e tudo o que é racional é real. Identificava por tanto realidade e razão. O Filosofo poderia na visão de Hegel, reconstituir aquela trajetória que é tanto lógica quando histórica que seria o percurso do espírito absoluto indo na direção da sua realização, do seu reconhecimento, da sua identificação.
A noção de “devir” ou “vir a ser” que significa movimento, mudança, transformação, portanto instabilidade, nunca foi muito bem vista pelos filósofos. Hegel afirmava que a realidade é movimento porque é história. A essência da realidade é uma essência histórica. Então pode se dizer que Hegel meio que reabilitou a concepção de “devir” como um processo, uma história. A história se fazia por aquilo que Hegel chamava de “o trabalho do negativo”. O negativo, portanto não era o nada que nada produz, para Hegel, não haveria movimento se não fosse à negação. É pela negação que se progredia ou se passava para outro patamar.
As oposições ou contradições, tudo aquilo que envolve a negação é constitutivo da realidade. Esse, portanto era o movimento dialético: afirmar, negar, negar a negação e atingir uma posição de conciliação dos opostos, de síntese dos opostos. É assim que a identidade do absoluto se revela.
De um ponto lógico, podemos dizer que tudo já está dado no inicio, pois o inicio de tudo é o ser, mais no sentido abstrato, vazio e indeterminado. Ao final de tudo temos o ser, mais pleno de determinação, efetivado, realizado, e, portanto nesse sentido para o Hegel, completo.