Resumo crítico do artigo: Relações Estado-Sociedade no Brasil: Representações para Uso de Reformadores
Trata o texto das peculiaridades relacionadas aos modos de ser, agir, proceder ou pensar que caracterizam nossas instituições, relações sociais e representações do mundo social e político. O Brasil, da mesma forma que o resto do mundo, tem sofrido profundas transformações econômicas, sociais, políticas e mesmo culturais principalmente nos últimos 75 anos, passando de uma economia primário-exportadora para um grande parque industrial, isto é, modernizando-se. Essa modernização, por outro lado, não excluiu formas particulares de acomodação de valores e as grandes disfunções presentes, que colocam o Estado no centro do processo. Os fatores estruturais brasileiros necessitam de uma transformação, uma Reforma de Estado.
O texto concentra-se em três interpretações do Brasil: o patrimonialismo, o mandonismo e o personalismo. Essas linhas interpretativas traçam de um lado um Brasil arcaico e predominantemente rural coexistindo com o lado moderno, urbano e democrático do Brasil.
PATRIMONIALISMO
Muito do sucesso da tese se deve a uma valorização das raízes portuguesas na nossa formação política. O conceito aparece também na filosofia weberiana, no contexto da dominação tradicional, ora como sinônimo, ora como um tipo específico, ao lado do feudalismo, podendo a dominação ser do tipo patrimonial ou feudal. O feudalismo possui elementos típicos de relações patrimoniais e extrapatrimoniais. O patrimonialismo weberiano compreende variações que incluem a propriedade da terra como fonte de poder, a tradição como fonte de legitimidade e o quadro administrativo de servidores como agentes de dominação.
A tese do patrimonialismo suscita duas atitudes intelectuais importantes em termos de política de reforma:
1. O patrimonialismo encontra-se superado e a reforma deseja corrigir