RESUMO: COMPLEXIDADE E CONTRADIÇAO NA ARQUITETURA - ROBERT VENTURI
Complexidade e Contradição em Arquitetura
Robert Venturi
É muito interessante percorrer todo o embasamento que Venturi guia através das épocas para demonstrar aquilo que fala logo de início: a necessidade do séc. XX em expressar-se o interior no exterior e vice-versa. Este modo de projetar, que foi iniciado pelos modernos e levado adiante até os dias de hoje consiste basicamente no que associamos rapidamente ao repertório da arquitetura do século XX: higienista, independente, sem adornos ou decorações, de pureza - ou solidão. Contrastando esta produção à arquitetura barroca, maneirista, eclética e etc, percebe-se como através de diferentes artifícios os projetos entram em contato com seu usuário, seja através da surpresa (no caso de uma igreja barroca, com seu super decorativismo), ou do isolamento ( no caso dos espaços residuais de S. Basílio) ou então da superposição de camadas, que acontece em tantos outros locais como a Igreja de S. Maria dell’Assunzione em Aricia. Outro ponto interessante e bem exemplificado nas plantas de templos egípcios, é a articulação da arquitetura através de espaços de transição. Muitas vezes este é trabalhado a favor ou contra o elemento da surpresa, e pode dar bons resultados e até trazer alguns usos inusitados, como o estar. Segundo Venturi, “ A finalidade essencial do interior de um edifício consiste mais em encerrar do que dirigir um espaço e em separar interno do externo.” Como disse Kahn: “Um edifício é um porto de abrigo”. Assim, coloca-se a questão do por que defender paredes e fechamentos, fenestrações, quando muitas vezes, espaços muito mais agradáveis são formados sem elas. No intuito de recolocar a elementaridade da qualidade do elemento arquitetônico como abrigo, onde se encaixa a discussão de complexidade de interior e exterior e suas diferentes formas de abordagem, quando a eterna rixa entre modernos e pós-modernos é tão evidente? Figura 1: Floresta