Resumo. cidades para um pequeno planeta
A leitura de “Cidades para um pequeno planeta” é, sem dúvida, de grande importância para o acadêmico e para o profissional de arquitetura e urbanismo pois Rogers relaciona a questão das cidades sustentáveis com os problemas da sociedade pós-industrial, apresenta um programa de ação para o futuro das cidades, demonstra a influência que a arquitetura e o planejamento urbano exercem sobre as vidas cotidianas, e chama a atenção para o impacto negativo das cidades modernas sobre o meio ambiente. Ele também argumenta que apenas através do planejamento urbano sustentável podemos preservar o bioma do planeta e criar cidades que respeitem os cidadãos e o meio ambiente.
Para Rogers, o processo de crescimento e difusão das cidades não tem considerado a delicadeza e a susceptibilidade do ecossistema, deixando bastante evidente seu aspécto predominantemente quantitativo, em detrimento da qualidade dos espaços urbanos e do desenvolvimento social. A propósito, entre nós, a visão de crescimento urbano e econômico esteve sempre ligado à imagem de “modernização”, negligenciando aspectos relacionados à qualidade, especialmente à qualidade social. Aliás, no mundo, concomitantemente ao aumento da riqueza, houve também o aumento dos níveis de pobreza e da população pobre, evidências da exacerbada concentração de renda e da injustiça social, fatores que impedem que uma cidade se desenvolva de forma sustentável do ponto de vista ambiental.
Ironicamente, as cidades, consideradas por Rogers como habitat da humanidade, constituíram-se no grande agente destruidor do ecossistema e de ameaça à sobrevivência da própria humanidade. Ele certifica que, no presente momento, a maior parte das pessoas se recordam das cidades mais como cenário de veículos e de arranha-céus do que por suas ruas e praças (espaços de convivência da coletividade), muito mais pelo isolamento e segragação social, poluição, temor da violência, lugar do consumismo e da