Resumo Charles Taylor Política do Reconhecimento

TAYLOR, Charles. La política del reconocimiento.In: Amy Guttman - Multiculturalismo y la política del reconocimiento. Madrid: Fondo económico de Cultura, pp. 43-107, 1993. Charles Taylor escreve sobre a Teoria do Reconhecimento, no qual enfatiza a importância de que indivíduos, inclusive em minorias, obtenham reconhecimento. Far-se-ia crucial então não só a existência de direitos iguais como seres humanos, mas uma política de diferença que reconheça os cidadãos em suas individualidades. O reconhecimento é essencial porque implica respeito e evita que seja gerado nas pessoas o ódio próprio proveniente de uma identidade ignorada.
Antes havia hierarquias sociais baseadas no conceito de honra, que se pautava justamente no fato de que os estratos sociais eram diferenciados e, ainda que às pessoas de um determinado grupo fosse negada a honra, não havia a necessidade de reconhecimento. Hoje, contudo, a noção de dignidade implica algo universalista, sendo necessário adicionalmente o reconhecimento da diferenciação. A partir daí Taylor cunha a questão da autenticidade, proveniente de uma identidade individualizada e particular.
Haveria, nesse sentido, a noção de ser fiel a si mesmo, em identidade criada a partir do conceito dialógico - e não monológico - de ter-se sido necessariamente influenciado pela interação com os outros e com o contexto. O ser humano deve ser avaliado não pelas conquistas palpáveis de terminada civilização ou cultura, mas simplesmente pelo potencial humano universal, que traz a ideia de que todos os seres humanos merecem respeito. Tal respeito mútuo foi defendido por Rousseau como sendo baseado em reciprocidade completa e equilibrada, em compatibilidade com a liberdade. O autor defende a necessidade, contudo, de equilibrar a liberdade com a diferenciação, de forma não homogeneizante e em respeito às especificidades humanas.