Resumo capítulo 4 de delícias do crime
A evolução do romance policial reflete a própria história do crime. Com a lei seca nos estados unidos, o crime atingiu sua maioridade, se expandindo das margens da sociedade burguesa até o âmago de todas as atividades. Os sequestros e guerras entre quadrilhas, que antes faziam parte da literatura popular, agora era realidade. Contudo, apesar de a expansão do crime na América ter começado na década de 20 e ter sido desencadeada pela lei seca, não estava limitado somente às violações da lei. Além disso, depois da época da grande depressão, um novo impulso a todo tipo de crime começou.
A expansão quantitativa do crime gerou a expansão qualitativa, até que se deu o domínio do crime organizado. Nota-se um paralelo entre as leis que regem a concentração e a centralização do capital no seu todo e a lógica do controle total do crime organizado sobre o contrabando de bebidas, a prostituição, o jogo, as loterias, etc. Quanto mais crimes aconteciam, mais capital era investido em armas, assassinos, capangas, subornos para políticos e policias, exploração de fontes estrangeiras. Com a disponibilização do capital, mais altos lucros e as possibilidades de reinvestimento. Daí a extensão organizacional e a difusão geográfica. Até as competições entre grandes empresas e as entre quadrilhas são parecidas, e até mesmo Friedrich Engels afirma que o sistema bipartidário (dois partidos políticos que ocupavam alternadamente o governo estatal) nada mais era que o meio pelo qual duas quadrilhas de ladrões competiam na pilhagem do público. Isso porque, nas palavras dele, esses políticos “exploram através dos meios mais corruptos e para os fins mais corruptos” a população. Prova disso são os milhões de dólares envolvidos em subornos para políticos e delegados de polícia.
O mercado de contrabando de bebidas durante a lei seca era muito amplo e não estava na mão de um grupo especifico com a Máfia ou as Tríades. Foi a constituição do sindicato do crime que marcou a