Resumo "Até quando?"
A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas.
As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam, porque tem direito do veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel.
A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morreram. Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil norte-americanos.
A chamada comunidade internacional não se angustia em nada como fato de Israel ter 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos. Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão. Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses dão patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.
Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto, são acusados de anti-semitismo. Os terroristas se parecem entre si: os terroristas de Estado, respeitáveis homens de governo, e os terroristas privados, que são loucos soltos ou loucos organizados desde os tempos da Guerra Fria contra o totalitarismo comunista.
Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para gastos militares. A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como alguns deuses cruéis, come os vivos e os mortos. Até quando