Resumo - as relações internacionais de ásia e áfrica
Paulo Fagundes Vizentini
A África (in)dependente/1945-98: Processos políticos, desenvolvimento e relações internacionais A maioria esmagadora dos países da áfrica obteve a independência há menos de quatro décadas. Esse breve período, contudo, foi marcado por um intenso processo histórico, com seus golpes de Estado, conflitos internos e externos, projetos políticos frustrados, bloqueio do desenvolvimento econômico-social e intensa intervenção das grandes potências. Na esteira do fracasso de vários modelos impostos a partir de fora, o chamado continente negro vai produzindo uma síntese rumo ao desenvolvimento.
Trata-se da retomada de uma evolução histórica local, distorcida pelo tráfico escravo e pela dominação colonialista direta, vinculada agora às grandes transformações universais. O presente artigo visa descrever as transformações pelas quais passou a África, desde a independência dos países que compõem a região, bem como detectar as grandes tendências e problemas históricos intrínsecos a esse processo.
Considerando a realidade africana contemporânea em suas múltiplas dimensões, o continente pode ser dividido em três subsistemas geopolíticos, definidos mais por interações políticas, desde as independências, do que pela herança cultural ou fluxo de comércio regional. O primeiro subsistema é o transaariano, que engloba os Estados árabes do Mediterrâneo, os do Sahel (faixa sul do deserto do Saara), os do Golfo da
Guiné e do chifre da África. A África Central constitui o segundo subsistema, que se estende dos Camarões ao Quênia, tendo como centro o Zaire (atual República do
Congo), incluindo ainda os Estados da região dos lagos. O terceiro subsistema é o da
África Austral, que engloba os antigos domínios de colonização inglesa e as ex -colônias portuguesas de Angola e Moçambique. A Tanzânia, situada no leste da África, pode ser considerada um país atuante nos dois últimos subsistemas.
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