Resumo Artigo
O inicio da história de Aracati se deu quando, em 1603, Pero Coelho de Sousa mandou erguer no local o Forte de São Lourenço. O efetivo povoamento só aconteceu em 1745 sendo denominado de São José do Porto dos Barcos. Seu porto natural foi a porta de entrada de centenas de colonos portugueses, pernambucanos e paraibanos que vinham principalmente por causa das charqueadas, indústria de carne seca. Grandes embarcações vinham comprar o produto e trazia outros artigos de Portugal fazendo com que Aracati se tornasse empório comercial de expressão, o maior da capitania no século XVII. Foi elevada a Vila em 1748, a quarta a ser criada no Ceará, Vila de Santa Cruz do Porto dos Barcos de Jaguaribe. Cada vez mais comerciantes e fazendeiros mudavam-se para lá, chegando ao ponto da Vila ser a metrópole mais importante e mais populosa, acima da própria. Em 1829 foi proposta a mudança da Capital da Província para lá, mas não foi aceita
.Analisando a conjuntura da colônia no final do século XVII e início do século
XVIII observamos, segundo explicações tradicionais, as longas marchas das rezes pelo sertão ou litoral, que acabavam desgastando o gado e desvalorizando seu preço, causando altos prejuízos financeiros aos fazendeiros que eram ainda mais
Prejudicados pela concorrência de fazendas mais próximas aos grandes centros de
Comercialização. Então, a partir da primeira metade do século XVIII os fazendeiros das áreas mais próximas ao litoral passaram a comercializar o gado já abatido e transformado em carne seca e salgada. As fábricas de carnes aracatienses funcionavam em pequenas porções de terra localizadas na ribeira do rio Jaguaribe. Na historiografia há uma grande dificuldade para descrever a estrutura física e a organização do trabalho nas oficinas da Vila de Santa Cruz do Aracati, em conseqüência do escasso número de fontes catalogadas no Arquivo Público do Ceará e da incipiente bibliografia sobre o tema. O interior da fábrica de carnes havia uma divisão de tarefas
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