Resumo algumas formas primitivas de classificação
Os clãs são grupos de pessoas que vivem juntos e que possuem o mesmo totem, e as classes matrimoniais são o que regulam os casamentos dos clãs.
Ao começarem a explicar melhor como são divididos esses clãs, Mauss e Durkheim não fazem uma mera descrição da estrutura dessas tribos, mas sim demonstram, eu acho, a generalidade do fato social. Eles começam a fazer uma análise mais profundas, comparadas a anteriores, e começam a levar em consideração não apenas a fratrias, mas também os clãs, e as classes.
Os autores levam no decorrer do texto, a preocupação de buscarem as origens e as causas da criação do totemismo australiano.
Podemos ver que as sociedades que mantem o totemismo, e possuem organizações parecidas, tendem a ter concepções mitológicas semelhantes à australiana, que foi a estudada.
Durkheim e Mauss tomam como origem para as estruturas sociais das tribos, a formação delas de fatrias, clãs e classes. E ao mesmo tempo, a própria sociedade é que seria a responsável pela criação dos meios de classificação.
Um certo grupo pode passar a se identificar com certas coisas e dessa maneira, imediatamente, o seu clã inteiro passa a atribuir essas coisas como inerentes a tal grupo.
Essas separações de clãs e fragmentações não são vindos de um conflito, mas de mudanças necessárias e de todo um processo lógico.
Pode ser que por afinidade de certos grupos, ou por necessidade de se criar um outro clã independente, mas subtotens que eram secundários, podem vir a serem totens principais para esse novo clã. E tais mudanças interferem sim, na forma de classificação.
Dessa maneira é impossível se manter uma hierarquia forte, já que a qualquer momento um guerreiro, subordinado, pode vir a se tornar um senhor de si.
A classificação verificada na Austrália seria uma função e não uma causa da organização