Respeitando as diferenças
Para estudar as facetas da discriminação racial na escola, a antropóloga Ana Maria de Niemeyer , utilizou um projeto de pesquisa ajudada por professores de duas escolas paulistanas, separadas por poucos quarteirões, em que negros e mestiços são a maioria da clientela . Orientados por Ana, foi utilizada a técnica de oficina de vídeo em que os alunos escreveram o roteiro e produziram, trabalhando como atores produtores e câmeras. Com este trabalho a professora pode observar claramente o preconceito e o racismo existente entre os jovens ao não ser permitido a um aluno negro participar de uma partida de futebol Também nas redações via-se perfeitamente que os jovens negros não assumiam sua cor. Diante do problema do não assumir sua cor, a Escola Estadual Francisco Brasiliense Fusco, que fica mais próximo da favela, adotou uma prática pedagógica para os alunos produzirem seus auto-retratos como forma de melhorar a auto-estima, no que resultou em desenhos com tons bem claros e ao serem questionados diziam que não gostavam da própria cor. Foi trabalhado ainda uma auto-descrição, com características físicas e psicológicas, ainda assim alguns negros se definiam como morenos, no que foram repreendidos pelos colegas. Ao refazer a mesma tarefa alguns dias depois, vários alunos assumiram que eram negros. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro Synésio Rocha, que fica mais distante da favela, o professor de geografia André Semensato estudou com a 6ª série, a formação do povo brasileiro, depois outros tipos de segregação, além da racial. No ano seguinte já com a turma na 7ª série, fez com que os alunos se inspirassem no livro “Faces do Preconceito” de Jaime Pinsky, o que levou os alunos a pesquisarem na biblioteca e na internet os temas que mais lhe interessavam. Resultado: os alunos transformaram a pesquisa em um arquivo de Power