RESENHAS Nikolas Rose
Segundo Nikolas Rose (2008), em seu discurso sobre a psicologia como ciência social, o desenvolvimento de tal disciplina ocorreu através dos problemas de condutas coletivas e individuais, principalmente a partir do século XX, pois contribuiu para a construção de uma sociedade e para a transformação do próprio individuo, seja na orientação de crianças, de trabalhos sociais, de administração e, também, no controle do comportamento humano. O que ocorre neste século, segundo o autor , é a “psicologização” da vida coletiva, ou seja, a discussões de problemas sociais - preconceito, luta de grupos, pobreza - as opiniões publicas e as atitudes dos indivíduos.
No século XIX a psicologia começa a se formar em lugares práticos e que a responsabilidade das condutas individuais e coletivas passa a ser das autoridades que tentavam manipulá-las e melhor administra-las, como em fábricas, exército, sala de aula, etc. Nesse contexto ela emerge como uma “ciência positiva” e a criação da norma que se torna essencial para a execução plena do papel psicológico. Normas essas que não derivam dos conhecimentos da mente humana e, sim das ”exigências” provenientes das instituições citadas anteriormente em procurar administrar os indivíduos.
No final do século XIX, a psicologia procurou um novométodo de estudo: os testes psicológicos, um novo tipo de exame que não é clinico nem pedagógico, mas procura através de pontuações materializar a mente a partir de um olhar focado no espaço interior, uma lógica de procurar enxergar aquilo invisível através de um mecanismo de inscrição para capturar esses comportamentos efêmeros, qualidades passageiras e capacidades variáveis dos seres humanos, permitindo assim a sua normalização, esquematização.
Assim sendo, a psicologia teria lugar em todos os sistemas nos quais indivíduos precisariam ser administrados e disciplinados de forma objetiva, neutra e efetiva e não mais deforma arbitrária como era feito até