Resenha
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Nos passos das Havaianas
A Grendene quer ter uma marca mundial e seguir a trilha da concorrente. Mas não é tão fácil como parece
Por Suzana Naiditch | 16.03.2007
Revista EXAME - No próximo dia 20 de março, a top model Gisele Bündchen promete causar alvoroço no tradicional hotel Ritz de Madri, em frente ao Museu do Prado. A beldade brasileira será a principal atração da festa de lançamento na Europa da sandália Ipanema, fabricada pela Grendene. O evento é visto como o início simbólico de um passo decisivo da empresa. Os executivos de marketing da Divulgação Grendene acreditam ter encontrado o produto certo com o apelo certo, o que permitirá à companhia gaúcha ter finalmente sua marca global. A ambição da Grendene é repetir a trajetória de um dos mais lembrados produtos brasileiros no exterior: as sandálias Havaianas, da Alpargatas. Além de usar a imagem de Gisele Bündchen, a Grendene vai usar também outras referências brasileiras para tentar atrair visibilidade lá fora: a valorização da cultura indígena e o apelo da preservação ambiental. A mistura indígeno-ecológica reflete-se no design da sandália, enfeitada com grafismos feitos por representantes da tribo kisedjê, do Xingu. Pela participação, os índios receberão parte dos royalties pagos a Gisele. Além disso, a Grendene doará parte da renda da venda das sandálias ao projeto Y Ikatu Xingu, de preservação das nascentes do rio Xingu, ameaçadas pelo desmatamento. O que animou os executivos da Grendene a partir para uma ofensiva tão ambiciosa foi a performance do produto no Brasil. Apesar de seu nome quilométrico -- Ipanema Gisele Bündchen Y Ikatu Xingu --, a sandália vem tendo boa aceitação. "Desde que o produto foi lançado, em outubro, as vendas no período já foram 40% superiores às da antiga Ipanema Gisele Bündchen no mesmo período do ano anterior", diz Március Dal Bó, responsável pelo marketing da