Resenha
Karl Heinrich Marx
Karl Marx (1818-1883) filho de um advogado judeu alemão convertido ao protestantismo. Estudante de uma extraordinária precocidade intelectual afeiçoou-se sobre tudo a historia, ao direito e à filosofia. Marx alinhou-se entre os ''hegelianos'' de esquerda, dissidentes da ortodoxia do mestre. Por ter pensamentos radicais Marx, não pode ensinar, na Universidade Prussiana, e então entrou no jornalismo de vanguarda. Teve de renunciar a escrever na Alemanha, e exilou-se em Paris. Aí teve a revelação do caráter fundamental da economia politica, rompendo com a filosofia hegeliana do direito. Em janeiro de 1845 foi expulso da França a pedido do embaixador da Prússia, refugiando-se em Bruxelas. Em Bruxelas, encontrou Engels, juntos remataram a doutrina-cuja Engels caberia a Marx somente- do materialismo dialético, ’hegelianismo às avessas’’ aplicado ao estudo das leis das sociedades, resolve-se em materialismo histórico. Essa doutrina iria precisamente permitir a Marx e Engels exercerem juntos sobre o mesmo grupo de comunistas das Ligas dos Justos uma ação determinante. Julgando, “a parti desse momento, que a ‘‘a emancipação’’ dos operários deve ser obra da própria classe operária”, eles não hesitaram um só instante - diz-nos Engels - sobre o nome a escolher. Seriam comunistas (pois eles queriam acabar com a ‘desigualdade’ que os operários sofriam), vendo no socialismo um movimento burguês. Antes de Marx se integrar definitivamente ao movimento comunista, exigiu que liquidasse a doutrina confusa em que bizarramente se aproximavam igualitarismo extremo à Babeuf, cabetismo utópico, ”cristianismo primitivo” do alfaiate Weitling e diversos subprodutos de filosofia alemã mal digerida. Uma testemunha ocular narrou a cena de ruptura com Weitling, ocorrida em Bruxelas, em março de 1846.
Ouve-se Marx, de voz vibrante e metálica, voz