Resenha
BERNARDO, Sandra. Mesclagem conceptual em análise de cartum. Veredas. n. 1/2011. UERJ/PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2011
Stênio Gardel Maia
O texto analisa as interpretações elaboradas por estudantes do primeiro ano de universidade a respeito de um cartum, com base nas teorias cognitivistas da integração conceptual de Fauconnier e Turner e da metáfora conceptual de Lakoff e Johnson.
Segundo a linguística cognitiva, todas as nossas formas de pensamentos, a forma como raciocinamos ao processar informações e conhecimentos envolvem a integração conceptual. Fauconnier e Turner apontam que a construção dos significados é possível devido a três operações cognitivas básicas: a identidade, que estabelece de equivalências e oposições entre todas as coisas, a integração, que inter-relaciona os domínios de conhecimento, e a imaginação, que permite a realização da identidade e da integração.
As experiência adquiridas ao longo da vida são armazenadas com base em modelos cognitivos idealizados (MCIs), esquemas imagéticos e frames. Os MCIs são conjuntos coerente e estáveis de representações do conhecimento. Os esquemas imagéticos são domínios que se formam a partir de nossa interação sensório-motora com o ambiente. Os frames, por sua vez, são sistemas de conceitos relacionados, de modo que a compreensão de um deles exige compreender toda a estrutura em que se enquadram.
O texto apresenta, ainda, a definição de espaços mentais como pequenos pacotes conceptuais construídos durante o pensamento e a fala, ou seja, construtos parciais que contêm elementos estruturados por frames e modelos cognitivos. Os espaços mentais interagem por meio da integração conceptual que abrange pelo menos dois espaços mentais de entrada (inputs), um espaço genérico, com as características comuns aos inputs, e o espaço mescla em que os inputs são projetados.
A cartum analisado retrata uma consulta médica em que o paciente com uma faca cravada nas costas recebe do médico a notícia