Resenha
A crise do Ensino Jurídico: mitos e perspectivas
O índice de reprovações no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é extremamente preocupante: no estado do Rio Grande do Sul cerca de 70% de alunos foram reprovados e apenas quatro dentre trinta cursos de Direito recomendados. Entretanto tal vocação continua a despertar interesse, visto que em 2003 o Exame Nacional de Cursos do Ministério da Educação (MEC) constatou que em apenas 375 cursos havia a participação de 75 mil formandos. Isso acontece porque há várias possibilidades de carreiras jurídicas, e todas garantem um futuro estável e seguro.
O primeiro obstáculo enfrentado pelos recém-graduados pelo curso de Direito é o conceituado Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, evidenciando o primeiro sinal da crise, já que, diferente das demais carreiras, a carreira jurídica não apresenta a entrada imediata no mercado de trabalho.
A culpa dessa crise está em maior peso nas mãos das universidades que não apresentam um bom nível de ensino, impossibilitando a obtenção de sucesso pelos seus alunos recém-formados, uma vez que eles começam a ter dificuldades em obter aprovação nos exames.
A solução para tal problema apresentado pelo Dr.Anderson Orestes C. Lobato seria melhorar a educação no ensino superior, com mais incentivos ao educador e também impor ao aluno que ele aprenda de fato, e não apenas “decore” a matéria estudada, já que a maioria dos problemas apresentados pelos estudantes ocorre porque eles precisam “reaprender” tudo que foi estudado durante os cinco ou seis anos de curso.
Já houve propostas para abolir o Exame da OAB, mas elas não seriam bem-vindas, pois a OAB é, de certa forma, uma fase que seleciona os mais aptos para assumir a vocação jurídica, não deixando maus profissionais ingressarem no mercado de trabalho, visto que essa área exige alto nível de competência e não admite desentendimento de suas exigências.
Mesmo com o crescente número de universidades de Direito a crise continua,