Resenha
Já a linguagem na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” tem um ar mais rebuscado do que no conto, além da primeira contar com um jogo de referências históricas infinitamente mais rico. Ainda, no romance, a interlocução com o leitor é feita de maneira muito mais ousada. Um outro fato curioso é que o narrador da obra é o próprio protagonista depois de morto, sendo assim, o narrador é onisciente, e analisa a si mesmo o tempo todo.
O Realismo surge em um contexto de transformações tecnológicas da 2ª Revolução Industrial, um período de consolidação da burguesia e surgimento de uma nova classe social, o proletariado, que consiste em indivíduos que não tem nenhuma posse além de sua força de trabalho e por isso vendem-na aos proprietários. Esta nova classe é justamente o foco do Realismo, que possui um objetivo mais social de crítica à alta sociedade, neste aspecto o realista destrói uma instituição de extrema importância para a burguesia, o casamento, por meio do adultério.
Memórias Póstumas de Brás Cubas tem contemporaneidade a partir da inovação ao narrador ser um morto contando sua história, outra novidade que Machado usa é o deboche com que ele trata o leitor e com que trata da vida da burguesia.