resenha
O autor inicia seu artigo citando a massificação escolar e a inclusão na Inglaterra. Ele aborda o modelo de organização pedagógica baseado na estrutura organizacional dos liceus e sua aplicação no pós-primário das escolas portuguesas, que tem a concepção de que a democratização do ensino se concretiza através da garantia de igualdade de acesso ao tipo de ensino não só para as elites, mas para todos. A lógica do liceu para todos foi a resposta pedagógica à massificação escolar, o que acabou por redundar em elevados níveis de reprovação e abandono escolar. O autor aborda trabalhos realizados no âmbito da Comissão de Reforma do Sistema Educativo (CRSE) sobre o diagnóstico das estruturas organizacionais da escola, citando a organização que reflete as exigências de uma estrutura curricular baseada na uniformidade da grelha horária semanal, com as cargas horárias das diversas disciplinas determinadas centralmente, segundo uma perspectiva de currículo único e universal.
Em 26 de agosto de 89 foi assinado o decreto-lei nº286, que criou a Área-Escola, uma área curricular não disciplinar destinada a fomentar as práticas de interdisciplinaridade entre os professores, na realização de projetos em comum, por iniciativa dos alunos, abrindo, assim, uma válvula de segurança, tubo de escape do sistema à qual estaria cometida “a resposta aos anseios dos que desejam uma escola diferente – com autonomia, descentralizada, com participação local, com currículo menos académico e não cingida às atividades letivas da sala de aula e com mais atenção aos aspectos da educação pessoal e social, ao nível moral e dos valores”. Na sequência desta reforma curricular, formulam-se novos programas, determina-se que a avaliação seja formativa (Despacho Normativo nº 98-A/92, de 19 de Junho) e introduzem-se