resenha
Bronislaw Malinowski, na introdução de seu clássico estudo Os Argonautas do Pacífico Ocidental (publicado em 1922), marcou a história da antropologia moderna ao propôr uma nova forma de etnografia, envolvendo detalhada e atenta observação participante, apesar de Malinowski nunca ter utilizado o termo. Sob sua trilha vieram outras etnografias clássicas, como Naven de Gregory Bateson, Nós, os Tikopia de Raymond Fyrth.
Principalmente a partir da antropologia interpretativa ou pós-moderna, autores como James Clifford, Clifford Geertz e George Marcus, com sua antropologia "multi sited" passaram a discutir o papel político, literário e ideológico da antropologia e de sua escrita, em esforços verdadeiramente metalingüísticos e intertextuais.
Exemplos famosos de Etnografias contemporâneas são Xamanismo, Colonialismo e o Homem Selvagem, de Michael Taussig e Os Araweté: Os Deuses Canibais de Eduardo Viveiros de Castro.
Uma espécie de estágio
A frase da epígrafe era a abertura de uma matéria da Folha de S. Paulo no Caderno Dinheiro, de 16 de julho de 2007, que prosseguia afi rmando: “o ganho de poder aquisitivo da população de menor renda do país provocou uma transformação de peso no mercado de consumo e, consequentemente, nas estratégias adotadas pelas empresas”. Consultado pelo jornal, na mesma reportagem, o diretor de uma agência de pesquisa e consultoria explicitava essa tendência: “Muitas estão incluindo antropólogos em seus quadros e investindo em pesquisas etnográfi cas, espécie de estágio em que executivos convivem com famílias de baixa renda dentro de suas residências observando seu cotidiano”
(Brito, 2007).
Esse