Resenha
Resenha feita por Bárbara Hellen Gomes Silva, aluna do 1º período de Pedagogia, UFPE.
O livro é constituído por 8 mitos sobre o preconceito linguístico, onde Bagno explica de modo claro e objetivo as diversas mitologias que nos deparamos em nosso país. O mito 1 diz “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente.” Mas não existe uma unidade linguística no Brasil, pois o português falada no Brasil apresenta um alto grau de diversidade. Essa variação é por causa da grande extensão territorial do país, que cria as diferenças regionais.
Como a educação em nosso país é privilégio de pouca gente, uma grande parte desses privilegiados tem o domínio da norma culta- conjunto de práticas linguísticas pertencentes ao lugar ou á classe social de maior prestígio num determinado país – já por outro lados têm aqueles sem escola, sem terra, sem trabalho, sem teto, e sem acesso a essa “língua padrão”, passando a serem chamados de os sem-língua. É daí que começa o preconceito, com esses indivíduos que não falam o português-padrão, são ridicularizados e motivos de piadas.
O autor fala também sobre a dificuldade que essas pessoas sem-língua tem em compreender mensagens vindas dos podres públicos, e que a própria lei só consegue ser entendida por uma parte dos brasileiros, por apresentar uma língua que só alguns entendem. Começando assim a discriminação nos próprios textos da Constituição. Mas isso não quer dizer que a constituição deve mudar sua escrita para uma língua não padrão, mas todos os brasileiros deviam ter acesso amplo e democrático a esse tipo de língua oficial. É preciso que as escolas abandonem esse mito de “unidade” do português brasileiro e passem a reconhecer a variedade linguística do país. Para aqueles que são oriundos de regiões sem acesso a norma linguística, cheguem às salas de aula e não vejam a língua ensinada como uma “língua