RESENHA
Marlise Almeida
Andréa Goldsmid, Edson Viana, Fabiana Sá, Juliana Gomes, Maria Cecilia Bastos, Mariana Arieira, Rafael Teixeira
INTRODUÇÃO - ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A IMPRENSA
Todas as definições de Jornalismo que a Literatura propõe se articulam em torno da idéia de Verdade. No entanto, qualquer que seja a definição, nenhuma ainda chegou perto de uma certeza sobre a relação que se estabelece entre ambos. Até que ponto o Jornalismo é capaz de se retratar a realidade em si e comprometer-se com a mesma? Até que ponto ele pode se manter fiel à Verdade?
Para muitos, esse compromisso é ilusório e inatingível, pois a realidade em si não existe, somente a percepção dela. Assim sendo, os juramentos de neutralidade e objetividade cairiam por terra, pois todo e qualquer jornalista, ao se predispor a relatar a realidade, estará no fundo apenas relatando a sua própria percepção.
Baseando-se nesse pensamento, podemos diferenciar o acontecimento da notícia - o relato jornalístico. O primeiro funciona como matéria-prima do produto notícia. A questão complica-se quando esse produto é absorvido pelo público como o acontecimento em si. Em outras palavras, "a realidade social dos indivíduos no mundo contemporâneo é constituída por fatos noticiosos, ou seja, de acontecimentos jornalisticamente interpretados e, portanto, transvalorizados".
A estrutura da notícia oferece ao público uma unidade narrativa tranqüilizante e até mesmo providencial para amenizar a dispersão humana nos grandes centros. O texto noticioso aponta uma causalidade, dando sentido aos fatos. Constrói uma realidade racional.
Sem o interesse na promoção de um Jornalismo Público, implementador da cidadania, configura-se hoje a supremacia do Publijornalismo, a incorporação de mecanismos de publicidade, bem como entretenimento. A notícia passa a ser aprimorada não para proporcionar ao leitor a elaboração de uma opinião consciente, mas para se