resenha

Crise nos Acentos

Adoro a língua portuguesa, faz sentido não gostar de uma língua tão sonora? Descontente daquele que diz não gostar, não é? Um idioma em que foram escritas tão grandiosas palavras, sua riqueza, sua musicalidade, nenhum elogio é o bastante.
Língua portuguesa, majestosa, e rica, mas que incomoda a quem escreve em português. É a questão dos acentos. Será verdade o que dizem, que no mundo de hoje não é necessário perder tempo acentuando as palavras? Pode até ser verdade, mas o tempo gasto com acentos agudos, tremas, e circunflexos é um absurdo. E qual o sentido disso mesmo?
Do uso funcional de todos os acentos não sei, nem se de fato são realmente necessários. O mundo está em constante mudança, muitas palavras evoluíram, mudaram sua estrutura o que era: “Vossa Mercê”, se tornou “Vós Micê” que depois de décadas se tornou “Você”. Em um futuro não muito distante todos estarão escrevendo “Cê”, pois essa é a função da língua se manter em constante mudança.
O uso de alguns acentos se torna indispensável em algumas situações, como no caso de palavras iguais que mudam sua entonação e sentido com o uso do acento “agudo”, tais como: prática/pratica; denuncia/denúncia; anuncio/anúncio, entre outros casos. Estar consciente do uso do acento demonstra as habilidades linguísticas do escritor.
Essa preocupação seria necessária caso a interpretação do interlocutor fosse através do contexto, como se dá nos Estados Unidos, lugar onde nada se acentua, onde pessoas felizes foram dispensadas dessa preocupação linguística. Mas que inveja desses americanos.

Crônica: Crise nos acentos

Samira Moreira Guergolett

2014