Resenha
A infância é pouco valorizada em toda a cultura grega, vista como uma “idade de passagem, ameaçada por doenças, incerta nos seus futuros”, como salienta Áries. A criança controlada pelo “medo do pai” que pode reconhecê-la ou abandoná-la, é alvo de poucos investimentos afetivos (CAMBI, 1999).
Esparta e Atenas ocupam papel de destaque entre as polis gregas gerando modelos políticos, sociais e culturais distintos entre si, mas que se consolidaram como referência original no desenvolvimento de toda a cultura ocidental.
“Na verdade, toda a sociedade e a educação espartanas estavam voltadas para a guerra”. Nesse sistema educativo, delineado pelo mítico Licurgo, as crianças do sexo masculino, a partir dos sete anos, eram retiradas da família e entregues ao Estado para que este cuidasse de sua educação. Inseridas em escolas-ginásios recebiam até os 16 anos uma formação do tipo militar que deveria favorecer a aquisição da força e da coragem.
Já o modelo ateniense seguia outros padrões educativos.
Havia em Atenas três classes sociais distintas entre a população livre: os eupátridas (a aristocracia agrária); os geomores (pequenos proprietários rurais) e os demiurgos (artesãos), que viviam de seu próprio trabalho.
Nos séculos V-IV a.C., “ a cultura grega caracteriza agora pelo papel hegemônico de Atenas entra numa fase de crise e de transformação em paralelo com a profunda mudança da